A escola te treinou para ser empregado. Desde cedo, a família te educou para ter uma profissão. Uma legião de conservadores te disse que o barato é a estabilidade.

 Cresceste ouvindo que o capitalismo é opressor. Seguindo a boiada, tens uma sensação maior de segurança. Até que um dia você não achou que Che Guevara era um cara tão legal assim como te disseram…
Começaste a pensar no futuro, tiveste uma ideia e resolveste empreender.

 E agora: o que esperar?

Tudo, menos apoio. Serás uma decepção para muitos. Outros vão rir de ti.
Vão te comparar com aquele primo do concurso público. Alguns terão pena de ti. Sonhador é eufemismo para otário. Deixarás de ser um bom partido.

   Vão aparecer um monte de parentes conselheiros. Vão te marcar em posts com mensagens medíocres. As indiretas vão aumentar em reuniões de família.

    O gerente do banco te nega crédito e, para te despistar, diz que tu precisas iniciar um relacionamento. E o que acontece depois? 90% desistem por não suportarem a pressão e retornam para a manada. Dos que avançam bravamente, muitos ainda não estavam preparados e fracassam. Dos que fracassam, vão ter que conviver com os profetas do passado e ouvir todos os dias: “Eu te disse, eu te disse”; “Não te falei?” Haverá dias que vais chorar sozinho. Muitos desistem.

Terás novas ideias. Elas vão te perseguir. Tu enxergas o mundo diferente. Chegarás à conclusão de que é necessário te preparares melhor. Vais estudar e pesquisar por conta própria. Alguns amigos vão te chamar de coxinha.


Todas as críticas funcionam para ti como um combustível. Por isso, trabalhas muito.
Num dado momento, tu começas a vender teu produto. O dinheiro começa a entrar.

Tua confiança aumenta. O entusiasmo te contagia. Tu aprendes e percebes que é possível. Passam dois anos e teu negócio ganhou corpo.

Tu não te acomodas e continuas estudando por conta própria e trabalhando bastante. Os parentes observam de longe. Com tua prosperidade, alguns amigos pensam que tu agora és um traficante, “só pode”.

Quando te mudas para teu apê, te chamam de esnobe. Quando chegares de carro para visitar a família, viras assunto dos vizinhos. Teu reconhecimento no mercado virá de pessoas que não te conhecem.

Neste momento, ganhas mais do que todos os teus amigos e parentes. Mais um ano e começam a perceber que teu sucesso é uma realidade. Vão começar a puxar o teu saco. A(o) ex-namorada(o) vai te ligar.

Teus amigos da zueira vão te pedir emprego. O gerente do banco vai ligar uma vez por semana para tua secretária, para tentar marcar um almoço contigo. Teu case será estudado e citado por outras empresas.

Teus pais ficarão orgulhosos. No final, muitos vão dizer que tiveste sorte. Nada mais do que isso.

Apenas sorte.

Milton Rodor –

Administrador – Empreendedor, consultor empresarial, palestrante, gestor comercial, estrategista de vendas, pesquisador e autor do Livro “Atendimento, o Impacto que o Cliente precisa”

NR: Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

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