Para gostar de velejar, do mar, dos desafios não  é preciso morar em cidades litorâneas. Basta gostar  de navegar, investir em cursos, ter seu próprio barco e estar presentes nas grandes regatas nacionais.

Pois é, o empresário  e velejador  Jorge Carneiro Gaidzinski, mora e trabalha em Criciúma, sul de Santa Catarina – cidade onde se iniciou a exploração do carvão no Brasil – e é hoje considerado integrante da elite do esporte náutico nacional, já venceu uma Santos/Rio

O mar mais próximo fica a 10 quilômetros, mas não oferece boas condições para navegação. Jorginho, como é chamado pelos amigos e conhecidos,  aprendeu a navegar na Lagoa dos Esteves.  Vencedor de uma das mais importantes regatas brasileira a Santos/Rio na categoria RGS, o empresário e velejador concedeu está entrevista ao Regata News/ Mercado de Notícias.

Adilson Pacheco – Editor

Jorge Carneiro Gaidzinski, mora e trabalha em Criciúma, sul de Santa Catarina/Aequivo Pessoal

A região sul de Santa Catarina tem uma atividafe intensa no esporte náutico. Vemos por exemplo a – regata no sul de catarinense com 21 barcos marcando a 1ª Etapa de campeonato Estadual de Snipe? Estas regatas na Lagoa dos Esteves são frequentes?

 Jorge Carneiro Gaidzinski -Taça Alberto Lineburger é uma regata que existe desde 1996, é feita anualmente aqui na sede na lagoa dos Esteves e homenageia o Alberto Lineburger. Alberto   era um construtor de Snipes, muito famoso que fez os melhores barcos na década de 50/60/70 ele é um criciumense.

 A Flotilha 727 faz essa regata anualmente para homenagear esse construtor, além dessa regata na Lagoa dos Esteves, a gente tem o regional de snipes, que participa em torno de 10 barcos, e somos hoje a segunda maior flotilha de snipes de Santa Catarina. 

– Você é velejador há quanto tempo, que tipo de barco tens navegado?

 Jorge Carneiro Gaidzinski – Eu sou Velejador desde dos 13 anos, quando eu comecei no optimist aprendi a velejar aqui na Lagoa dos Esteves, e fiz a escolinha de vela do LIC em Floripa, depois já fui direto para Snipe, na adolescência entre 15, 16 e 17 anos, corri um brasileiro de Europa,

Mas tradicionalmente pela facilidade e pela flotilha grande de Snipe que tinha aqui na minha cidade, eu corri de Snipe ai a partir de então.  E recentemente, há dois anos adquiri um barco oceano de 40 pés, e passei a velejar também na classe oceano.  No ano passado tive a oportunidade de correr a Santos/Rio, e junto com vários amigos, e com a tripulação do veleiro Pangea que é o nome do meu barco, somos campeão da Regata SantosRio na classe RGS.

–   Você conhece bem de perto dois dos mais importantes evento náutico do mundo: Ocean Race e Américas Cup?

 Jorge Carneiro Gaidzinski – Eu sou um fã da vela então, eu acompanho desde criança todas as competições de alto nível. E sou um grande fã dos grandes velejadores, o Torben Grael pra mim é uma grande referência.

ineburger BRA 12115 ‘Simbad’ – Na foto Reinaldo Conrad, Alberto Lineburger e Nelson Piccolo no ✨Campeonato Brasileiro de Snipe✨ em 1966, em Porto Alegre.

– A regata leva o nome de Alberto Lineburger, pode falar um pouco sobre ele?

 Jorge Carneiro Gaidzinski – Falando um pouquinho sobre o seu Alberto, a minha primeira aula de vela, eu tinha mais ou menos uns 9 anos foi com o seu Alberto aqui na lagoa dos Esteves foi algo muito legal. Comecei a velejar mesmo com 13 anos, como eu falei anteriormente.  Mas o seu Alberto deu uma aula pra gente aqui – e isso, é uma coisa bem legal da história da Lagoa dos Esteves porque o pessoal que aprendeu naquela época da minha geração a maioria veleja até hoje.

– O Estaleiro do Alberto fica em Criciúma, onde? E até perguntei para o Torben Grael sobre a história dele desembarcar em Criciúma para ver um barco…e uma informação nova para o pessoal daqui do Regata News?

 Jorge Carneiro Gaidzinski – E sobre essa história que o Torben vir em Criciúma para visitar o seu Alberto, é uma história verídica.  Uma vez num campeonato em Floripa, o Torben estava ali, estava eu e meu pai, meu pai também é velejador de Snipe, velejou de laser um tempo! Meu pai perguntou para o Torben:

‘Torben conta ai a história um pouco, que tu foi lá na casa do seu Alberto”.  E ele   contou, que estava voltando de um Sul Americano, se eu não me engano no Uruguai, de carro e passou aqui pela BR-101 na volta pra Rio de Janeiro/Niterói. Torben bateu na casa do seu Alberto, para conhecer o estaleiro e conversar com ele, então essa história é realmente verídica sobre o Torben e o seu Alberto.

– Quando você tomou gosto pelo mundo na da vela?

 Jorge Carneiro Gaidzinski – Em relação em tomar gosto pelo mundo da vela, o meu pai já velejava, então conforme eu comentei ele aprendeu aqui na Lagoa dos Esteves. E eu velejava com ele de laser,  quando eu era bem novinho.  Foi onde aprendi e tive a oportunidade de fazer essas escolinhas, que falei anteriormente.

– Como empresário tens algum sonho para a região focando o esporte náutico?

 Jorge Carneiro Gaidzinski – Eu sou um entusiasta do esporte náutico, então tenho realmente ambição de fazer da nossa região cada vez mais forte no esporte náutico. 

 A gente tem o privilégio de ter a Lagoa dos Esteves como um recanto tradicional da vela desde os anos 70, que tem regatas de barcos a vela.

E eu quero fomentar ainda mais a vela ali, e que a gente seja reconhecido como um Polo de Vela, afinal o nosso mar aqui é um mar aberto, a gente não tem uma marina.  Um acesso ao mar é difícil sair de barco aqui do sul, o mais próximo que teria mas tem um calado pequeno fica em Laguna.  Então, a gente precisa valorizar o que a gente tem ali na Lagoa dos Esteves.

– A Economia do Mar poderia mudar ou acrescentar uma nova fonte de economia na região carbonífera?

Jorge Carneiro Gaidzinski– Em relação a  economia do mar, se poderia acrescentar uma nova fonte de economia na região carbonífera, sendo bem direto  acho que não.  Porque o dinheiro na economia do mar, vamos dizer assim, ele tá voltado para algumas coisas –  para construção de barcos, prá se ter estaleiros e etc. E pra pesca. 

E pelo fato dessa questão geográfica, de que a gente tem realmente uma costa muito hostil prá questão do acesso ao mar, fica difícil a gente ter uma economia nesse sentido aqui na região carbonífera.

Apesar de que tem exemplos de estaleiros instalados na serra gaúcha, e tem muito sucesso. Acho que isso tá um pouco distante da região de Criciúma, até pela própria cultura náutica que ela tá hoje centrada em algumas pessoas somente. 

Por outro lado, existe um projeto de transformar a barra da Lagoa da Urussanga Velha numa barra com molhes, ai seja possível acessar, mas esse projeto é quase um sonho de algumas pessoas, que tá no papel, mas até hoje nunca teve uma vontade política nesse sentido.

– Quem é Jorginho, o que faz, onde mora?

Jorge Carneiro Gaidzinski – Eu sou criciumense, morei até meus 18 anos em Criciúma, sai para fazer faculdade, fiz administração de empresas em Florianópolis, e posteriormente também fiz MBA em gestão de Comercio Exterior pela FGV.  E construí minha carreira profissional em comércio internacional, passei por empresas grandes como a Intelbras, o grupo Level e hoje estou na Cerâmica Elizabeth, sempre trabalhando com importação e exportação.

– Que livro está lendo?

Jorge Carneiro Gaidzinski -Particularmente estou lendo dois livros atualmente, capitão Santiago de Balneário Camboriú que estou estudando para fazer o mestre amador, e um outro livro é sobre gestão do Vicente Falconi que é a “Gestão da Rotina do Dia a Dia.

– Qual é o seu grande projeto?

Jorge Carneiro Gaidzinski – Meu grande projeto no mundo da vela, é ter uma equipe competitiva pra velejar de oceano nas grandes regatas, nas regatas mais famosas do mundo.  Um grande sonho que eu tenho, é participar de duas regatas talvez seja ás duas regatas mais famosos do mundo que seria a Fastnet no Reino Unido e Sydney Hobart na Austrália.

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