O Ano é 2006, mais precisamente dezembro, do dia 14.  Os diretores do projeto Brasil 1 estão no mercado. Eles correm atrás de patrocínio para tornar viável a segunda participação do país na Volvo Ocean Race, a mais tradicional regata de volta ao mundo, que será disputada entre 2008 e 2009. O objetivo é arrecadar US$ 20 milhões em quatro ou cinco cotas para construir um barco competitivo e disputar as regatas com chances reais de brigar pelo primeiro lugar.

A experiência da primeira participação na competição, encerrada em junho, na Suécia, com a conquista do terceiro lugar, ensinou bastante. Por isso, os diretores do Brasil 1 querem garantir a verba necessária o quanto antes para iniciar a construção do novo VO 70, barco de 21,5 metros, em março de 2007. De acordo com o cronograma, a embarcação ficaria pronta no final do ano e os treinamentos começariam em 2008, evitando assim a correria de 2005, quando o tempo de preparação foi escasso.

Velejadores Horácio Carabelli e André Bochecha Fonseca – tripulantes do Brasil 1 – Foto-Doro Jr- ZDL

Melhores condições de treinamento, aliás, é uma das exigências do velejador Torben Grael para assumir novamente o comando da tripulação. “O barco tem de ser competitivo e precisamos saber que podemos fazer melhor do que na edição anterior. Não há como garantir que vamos terminar em primeiro ou em segundo, mas o ideal é começar os treinos um ano antes da largada, comentou o bicampeão olímpico da classe Star.

A grande vantagem do novo projeto, segundo o diretor Enio Ribeiro, é o maior conhecimento da competição. “Quando apresentamos o primeiro projeto, ninguém sabia do que se tratava. Hoje, todo o mundo sabe o que é uma regata de volta ao mundo. Tivemos uma ótima exposição na mídia”, lembra o empresário, sócio do velejador Alan Adler.

Retorno de investimento – Os números do Brasil 1 realmente foram muito consistentes. Só no país o retorno de investimento foi de quase R$ 200 milhões. Além disso, os patrocinadores tiveram eventos de relacionamento para milhares de clientes ao longo das paradas por todo o mundo. Assim como ocorreu nas últimas duas edições, a competição terá novamente uma parada no Rio de Janeiro. Em 2006, o evento no Rio foi assistido por mais de 170 mil pessoas.

O caráter nacional do projeto será mantido. O novo barco deve ser construído novamente no Brasil e a maioria dos tripulantes deverá continuar, segundo Torben. “Não teria sentido fazermos um projeto aqui sem brasileiros. Na primeira competição acharam que eu louco de ter tanta gente sem experiência neste tipo de regata no barco. O resultado mostra que valeu a pena.

Na conquista do terceiro lugar, o Brasil 1 contou com sete velejadores do país: Torben Grael, André Fonseca, Marcelo Ferreira, João Signorini, Kiko Pellicano, Horacio Carabelli e Alan Adler, que reforçou a equipe em todas as regatas de porto.

A Volvo Ocean Race foi disputada de novembro de 2005 a junho de 2006, com largada na Espanha e chegada na Suécia. Após nove pernas em quatro continentes e sete regatas locais, num total de 57 mil quilômetros velejados, a equipe brasileira conquistou uma vitória na oitava perna e oito pódios, somando 67 pontos.

A próxima edição deverá ter novidades como a inclusão de portos de parada na Ásia, especialmente na China, com seu enorme potencial econômico. Dois projetos para 2008/2009 já estão em andamento, com barcos em construção, sendo um sueco e um espanhol.

Texto de -João Pedro Nunes – Mtb 11.675; zdl@zdl]

Com texto inicial de apoio do Regatanews.com.br

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