O corpo é a nossa maior ferramenta de comunicação com o mundo. E o esporte, enquanto fenômeno cultural, atua em todos os aspectos da pessoa, físicos e mentais.

É por meio do esporte que o indivíduo se reconhece. Desenvolve habilidades e capacidades físicas e cognitivas. Aprende a pensar melhor tanto em relação à coordenação quanto a estratégia. Apura a inteligência emocional, ao mesmo tempo em que reconhece as qualidades e dificuldades próprias e do próximo.

Uma sociedade que faz esporte é uma sociedade que tem e pratica valores. Respeito, superação, ética, solidariedade, coragem… somente para citar alguns. O esporte ensina noções de justiça, pois nas quadras, piscinas, campos e pistas, cada um vale aquilo que faz.

Em uma é uma sociedade com lazer ativo, um convive, aprende e exercita cidadania com o outro. Esporte, enquanto ferramenta de formação, deveria ser política pública. Infelizmente, esse não é o caso do Brasil.

No Brasil, o olhar sempre se voltou para o resultado. Para vitórias e para as pessoas habilidosas, leia-se atletas, capazes de alcançar tais conquistas. No Instituto Esporte & Educação, nosso objetivo, desde 2001, sempre foi voltado para escala, para o esporte para todos.

Falo em escala no sentido de capacitar professores para trabalhar também os alunos não habilidosos, desenvolver métodos e ferramentas para desenvolver suas aulas mesmo em espaços reduzidos – por vezes precários – e com material reduzido.

Esse talvez seja o maior desafio do esporte educacional do Brasil. E quando nós, enquanto sociedade, aprendermos a valorizar essa vocação da educação física e do profissional que atua nessa área, construiremos bases sólidas para uma sociedade mais sadia, em todos os sentidos.

Existem iniciativas promissores no sentido de valorizar a atividade física educacional e o papel do professor. Recentemente assumi a curadoria do Liga NESCAU Summit, congresso interdisciplinar que atua como ferramenta para formação continuada dos profissionais de educação física.

O interessante é que esse congresso é um braço da competição estudantil do mesmo nome, ou seja, Liga NESCAU, cuja vocação é incluir crianças de diferentes idades, classes sociais, níveis de habilidade. Talvez a maior prova disso seja a inclusão de esportes convencionais e adaptados simultaneamente.

A pandemia forçou esse evento, que está na sétima edição, a migrar para o ambiente virtual. Mas tenho certeza de que a garotada logo voltará a se encontrar nos campos, piscinas e pistas. Enquanto isso, quero convidar todos a participar, é fácil e, ainda por cima, divertido. Basta gravar vídeos praticando esportes e enviar para o www.liganescau.com.br. No próprio site estão todas as informações, modalidades e forma de participar. É como diz o lema desse evento: “Aqui, todo mundo joga!”  


*Ana Moser é medalhista olímpica do vôlei, empreendedora social, fundadora do Instituto Esporte & Educação e curadora do Liga NESCAU Summit.

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