*Por Eduardo Córdova

Começo esse texto respondendo a pergunta acima – sim, não só eu como muitos dos antigos operadores de vending machine, acreditamos e estamos apostando nisso. Com o crescimento de novas soluções, como a tecnologia de visão computacional, que geram mais segurança para o mercado autônomo, há uma redução no custo do hardware de uma vending machine. Os manuseadores desse tipo de máquina estão investindo nesta solução por ser mais barata e por gerar oportunidade de faturamento muito superior. Na outra ponta, conseguem obter, por meio de app de pagamento, os dados do consumidor que realiza a compra.

A realidade é que o mercado autônomo já faturou US$ 4 bilhões em 2020, com projeção de superar US$ 10 bilhões em 2021. Um verdadeiro oceano azul para quem procura investir em algo de alta rentabilidade. Para se ter uma ideia, estima-se que hoje no Brasil exista uma vending machine para cada 2500 habitantes, o que representa uma proporção 100 vezes menor do que o Japão por exemplo. Na minha análise sobre o mercado, acredito que essa solução não deu certo no país, já que é um equipamento ultrapassado (com mais de 100 anos), pelos altos custos de investimento, principalmente impactados por impostos.




Quando olhamos para o setor varejista, o crescimento do mercado autônomo – bastante impulsionado pela pandemia – tem sido muito positivo, pois permitiu que o varejo pudesse se aproximar do cliente e, principalmente, conhecê-lo melhor, conseguindo assim personalizar a experiência de compra de cada consumidor. É mais um canal complementar, pois o cliente continua indo ao atacarejo, ao shopping, ao mercado e continua comprando na internet, mas agora tem mais uma opção para adquirir seus produtos, na sua academia, na sua empresa, no seu clube ou no seu condomínio. O propósito do varejo é conectar produtos à clientes, facilitando a sua compra, e posso afirmar com toda certeza que o mercado autônomo agora é parte fundamental desta jornada.



E quando falamos sobre jornada do consumidor, não podemos deixar de reforçar que ele é sempre o maior beneficiado dessa evolução do segmento. Cada novo canal ou concorrente gera mais uma possibilidade de compra, seja com valor mais competitivo, com mix mais diversificado ou de forma mais conveniente, que é a proposta do mercado autônomo.

A verdade é que as vending machines causaram um gap no mercado no que se refere a experiência do cliente. Antes conseguiam atender uma parte da demanda, que era estar próximo do consumidor e em locais com alto fluxo de pessoas. Mas sempre geraram desconfiança e tiveram uma compra com muito atrito. Por isso, consideramos o mercado autônomo como uma evolução da vending machine. No mundo todo se esperava que os varejistas de supermercado tradicional fossem explorar e dominar o segmento de mercados autônomos, mas o que vemos são os operadores de vending migrando e conquistando esse segmento. Vale a pena ficarmos de olho nos próximos anos!

*Eduardo Córdova é CEO do market4u, maior rede de mercado autônomo e inteligente do Brasil

NR: Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

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