Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br

Escrevo nesta noite de outono, ouvindo boa música, de um modo lento e despretensioso, pensando também a travessia de um caminho tenebroso que deve chegar na luz, na pura luz da alegria.

Tenebroso é uma derivação de trevas, a escuridão, o oposto da luz, uma noite escura, sem estrelas e lua, talvez, ao longe, alguns vagalumes, quem sabe. Tal como os animais selvagens que, na noite, buscam as suas tocas, eu me recolho e, exercito, ao meu modo, a sublime arte de pensar.

Pensar sem pressa, sem objetivo definido, saboreando os cálculos, as probabilidades, a razão e o gosto pela Lógica, tão fria e exata.

Na travessia, teremos bons sonhos, inspiração e solução para os problemas que nos atormentam no presente momento, coisas tão simples, coisas que antigamente se falava: “dá pra tirar de letra”.

Estamos nos aproximando da metade do ano, o inverno ainda não chegou, porém, o outono é tão lindo, principalmente olhando o mar de Cabeçudas, calmo, como se fosse uma grande piscina.

Em artigo anterior,comentei um pouco da minha visão de modernidade, impregnada dos benefícios que nos trazem as novas tecnologias.

Trabalhei por alguns anos a disciplina de Criatividade e Inovação, para os alunos do Curso de Administração, sendo que a temática principal era ajudar a juventude a pensar um pouco melhor, pensar os métodos, o pêndulo entre a simplicidade e complexidade, romper com o pensamento dominante, fugir do óbvio e apresentar coisas novas.

Penso que contribui um pouco para que as turmas oferecessem abordagens mais flexíveis para os processos gerenciais, para as tomadas de decisão e, talvez, para os problemas concretos que a vida oferece no seu cotidiano.

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Compreendia os limites para ministrar uma disciplina tão ampla, com tantas possibilidades para explorar, vários rumos e modelos a serem desenvolvidos, porém, tudo passa pela atitude científica, os passos metodológicos e, certamente, o gosto da descoberta.

Sinto falta dos debates, dos estudos de caso, das visitas às empresas, o exercício da liberdade acadêmica, as sugestões bibliográficas, as referências históricas e, principalmente, o mundo das organizações e das altas decisões.

Lias os jornais das cidades grandes, principalmente no que se refere a administração e economia, tirava cópia de artigos mais relevantes para provocar leitura e reflexão naquelas mentes jovens, tão saudáveis e promissoras.

 Continuo lendo e pesquisando, frequento semanalmente a Biblioteca da Univali, e, sempre que sou procurado, procuro orientar com simplicidade e humildade. Sempre estive convencido que tudo passa pela arte de pensar, retirar os obstáculos, os desvios, sempre respeitando os imperativos epistemológicos, a base da modernidade cientifica e tecnológica.

Aprendi cedo que o remédio contra a tristeza e a solidão é a leitura, mergulhar nos textos, provocar a sua própria hermenêutica, as interpretações das diversas camadas do pensamento; então, nesse caso, a alegria vem.

 Sempre me atraiu o termo “iluminismo”, as luzes do século XVIII, a consolidação da racionalidade moderna, a razão instrumental, os cálculos permeados de paz e felicidade.

Precisamos resistir às trevas, pensar a Luz, viver a Vida.

Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br

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