De acordo com o consultor Rodrigo Miranda, da G.A.C. Brasil, depois de definidas as metas do Pacto Global 2030, empresas estão valorizando ainda mais a sigla ESG — símbolo da sustentabilidade

Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas) é uma convocação para que empresas de todo o mundo alinhem suas operações e estratégias de modo a consolidar um movimento de sustentabilidade corporativa em grande escala. A rigor, começou a ser desenhado há quase 20 anos, mas foi durante a pandemia de Covid-19 que sociedade e empresas se deram conta da importância de se estabelecer e se engajar a metas tão desafiadoras quanto necessárias.

Foram definidos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) que devem ser alcançados até 2030: erradicação da pobreza; fome zero; saúde e bem-estar; educação de qualidade; igualdade de gênero; água potável e saneamento; energia limpa e acessível; trabalho decente e crescimento econômico; indústria, inovação e infraestrutura; redução das desigualdades; cidades e comunidades sustentáveis; consumo e produção responsáveis; ação contra a mudança global do clima; vida na água; vida terrestre; paz, justiça e instituições eficazes; parceiras e meios de implementação.

Trata-se da maior iniciativa de sustentabilidade corporativa do mundo, com mais de 16.000 participantes, entre empresas e organizações de 160 países. De acordo com Rodrigo Miranda, consultor e diretor de operações da G.A.C. Brasil, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável apresenta um histórico de oportunidades que demonstra como é fundamental que a comunidade empresarial internacional se una na busca das 17 metas, desbloqueando todo o potencial de negócios responsáveis para que futuras gerações tenham acesso a um mundo melhor.

Miranda diz que, em anos mais recentes, o termo sustentabilidade não só passou a integrar metas internas de várias empresas, como também tem definido se um investidor vai ou não vai colocar recursos financeiros em determinados projetos. Sob a sigla ESG (do inglês Environmental, Social and Governance) são defendidas melhores práticas ambientais, sociais e de governança.

“Hoje o investidor quer saber, através de demonstrativos e métricas, se as empresas em que está investindo ou que pretende investir têm bom comportamento e comprometimento com responsabilidade ambiental, se investem em inovação como forma de melhorar a experiência das pessoas, como compõem e lidam com sua força de trabalho etc.”, diz o consultor.

Investidores, cada vez mais, se preocupam em direcionar seus investimentos a companhias com práticas ESG. Estudo realizado pela americana RSM em 2021 revela um aumento considerável no número de executivos de empresas de médio porte que se dizem familiarizados com o assunto, passando de 39% no quarto trimestre de 2019 para 69% no terceiro trimestre de 2021. Para Miranda, a inovação impulsiona o progresso do ESG e permite que as organizações atinjam suas metas de forma sustentada.

À medida que as empresas encaram um cenário econômico turbulento e o planeta enfrenta uma crescente emergência climática, os modelos de negócios tradicionais focados exclusivamente no lucro dos acionistas estão sendo substituídos por negócios orientados por propósitos que assumam um conjunto mais amplo de responsabilidades. O HSBC Holdings, por exemplo, já deixou claro em documentos públicos que pode dispensar clientes corporativos que não estejam fazendo o suficiente para melhorar suas credenciais verdes e até mesmo terminar relacionamentos com clientes que não se alinhem com os objetivos do Acordo de Paris.

De acordo com o executivo da G.A.C. Brasil, sem inovação, o ESG não teria alcançado tamanha importância no domínio público e privado. “Consumidores de várias faixas etárias também revelam uma forte tendência em investir, consumir ou até mesmo trabalhar em empresas sustentáveis. Ainda que os resultados financeiros orientem a maior parte dos investimentos, todas as partes interessadas estão mais exigentes com relação ao desempenho socioambiental e de governança. Por isso é tão importante aliar ESG com inovação. É necessário investir em tecnologias ascendentes e soluções inovadoras para resolver gargalos que bloqueiam os negócios há bastante tempo. É com inovação que o crescimento estará para sempre alinhavado à sustentabilidade”.

Miranda destaca, ainda, que as empresas que têm esse entendimento, além de atuar com responsabilidade e responder às exigências dos consumidores, podem buscar recursos públicos para a realização de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P,D&I) em produtos, serviços e processos. “Atualmente, há vários incentivos, como empréstimos de agências governamentais com juros subsidiados e ainda os incentivos fiscais da Lei do Bem — criada com o objetivo de incentivar a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação tecnológica no país. Neste caso, ela é aplicável a empresas de todos os tamanhos e setores de atividade, permitindo o abatimento de até 100% no Imposto de Renda dos investimentos realizados em inovação. Com a redução da carga tributária, as empresas ganham competitividade”.

Fonte: Rodrigo Miranda, diretor de operações da G.A.C. Brasil

*A G.A.C. Brasil é uma consultoria internacional especializada na gestão estratégica e fomento da inovação, que integra o G.A.C. Group (Global Approach Consulting Group) — com sede na França e presente também na Alemanha, Canadá, Romênia e Singapura. No Brasil, tem unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, embora atue em todo território nacional desde 2011.

A consultoria opera em um contexto de acelerações e desafios permanentes, ajudando líderes de projetos, empresas de todos os portes, organizações públicas e todo o ecossistema a encontrar e desenvolver soluções inovadoras e eficientes com um impacto positivo, inclusivo e sustentável.

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