A maior parte dos atletas e treinadores da Equipe Brasileira de Vela em Tóquio 2020 desembarcou no País na madrugada desta sexta-feira (6), após a participação nos Jogos Olímpicos. Depois de quase 24 horas de viagem, o grupo liderado por Martine Grael e Kahena Kunze chegou ao Aeroporto Internacional de Guarulhos e fez as primeiras entrevistas coletivas.

Além das bicampeãs olímpicas da 49erFx, voltaram ao Brasil as duplas Samuel Albrecht e Gabriela Nicolino (Nacra 17) e Marco Grael e Gabriel Borges (49erFx), além de Jorge Zarif (Finn). Este último ficou na capital paulista, onde reside.

Martine Grael e Kahena Kunze foram as mais aplaudidas! Após uma rápida coletiva em Guarulhos (SP), a dupla foi recepcionada no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro (RJ) no fim desta manhã.

A agenda seguiu cheia com coletiva no C.T. do Time Brasil e entrevistas para emissoras de TV da capital fluminense. No fim da tarde, foi realizado um desfile em carro de bombeiros até Niterói (RJ) com as vencedoras da classe 49erFx em Tóquio 2020.

”Nem sei que horas são, se é dia ou noite!”, brincou Kahena Kunze. ”Essa medalha foi especial. Estávamos com um pouco mais de pressão por sermos as atuais campeãs. E não era uma Olimpíada em casa. Na Rio 2016 era a estreia da classe nos Jogos e foi na nossa área. A gente soube lidar com tudo isso”.

A dupla Martine Grael e Kahena Kunze ainda vai receber muitas homenagens e terá o merecido tempo de descanso antes de projetar uma nova campanha olímpica. Agora é curtir a família após cinco anos de treinos e competições entre Rio 2016 e Tóquio 2020.

”Olimpíada fora de casa você passa muito longe. E não tem aquela galera na hora de comemorar”, relembrou Martine Grael. Na Rio 2016, após a vitória na medal race, o barco foi carregado por uma multidão de pessoas na Baía de Guanabara. 

”Batalhamos muito para chegar em nível competitivo naquela final. É sensação de dever cumprido”.

Mãe de Marco e Martine, Andrea Soffiatti Grael era só alegria na chegada para receber os pupilos e os amigos da Equipe Brasileira de Vela. A velejadora e ambientalista destacou a perseverança dos filhos para atingir os resultados.

”É uma emoção enorme, maior ainda pela força de vontade e persistência delas. Agora é legal ver esse resultado”, disse a mãe de Martine e Marco Grael. As mães de Gabriela Nicolino e Gabriel Borges também estavam na recepção aos velejadores no aeroporto carioca.

”Foi uma Olimpíada dura de acompanhar pela diferença grande do fuso horário, mas tivemos um final feliz. Foi o ótimo resultado da Martine e da Kahena, além de todos os outros representantes. Estamos preparando um festa em Niterói para as nossas meninas douradas”, contou Axel Grael, prefeito de Niterói (RJ) e tio de Martine e Marco.

Vídeos completos das chegadas dos velejadores

Hora de descansar

O ciclo olímpico para Paris 2024 será mais curto em função da pandemia, que adiou os Jogos do Japão em um ano. Nesse intervalo, serão realizados importantes campeonatos para a Equipe Brasileira de Vela, como os Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023 e o Mundial de todas as classes, em Haia, Holanda, também em 2023.

A vela em Paris 2024 será disputada na raia de Marselha, cidade a 661 quilômetros de distância da capital francesa. Os fortes ventos chamados mistral podem dar o tom durante o período dos Jogos, entre 26 de julho e 11 de agosto de 2024.

O gaúcho Samuel Albrecht, vindo de sua terceira olimpíada, retornou a Porto Alegre (RS) ainda na manhã de sexta-feira para celebrar o 10º lugar na classe NACRA 17. O atleta já pensa na próxima campanha, mas primeiro é descansar com a família. ”Sensação de fazer uma medal race é sempre legal, ficamos na mesma posição da Rio 2016. Fizemos uma boa campanha, mesmo esperando mais! Vamos ter um legado para quem vier ou pra gente na próxima”.

Atuais campeões pan-americanos de Lima 2019, Marco Grael e Gabriel Borges já projetam os jogos de Santiago 2023, além do Mundial de Vela e mais uma vaga na concorrida classe 49er. ”Foi um campeonato motivante. Evoluímos do último ciclo pra cá, ganhando regatas e com bons resultados. E o dia que a gente começou a engrenar em Tóquio fomos punidos”, explicou Marco Grael.

”Estamos cansados depois de dois vôos longos e uma espera até o Rio de Janeiro, mas felizes de poder chegar em casa’, reforçou Gabriel Borges.

O restante da deleção brasileira volta ao País nos próximos dias. Na próxima madrugada de sábado (7), chegam as duplas de 470 Fernanda Oliveira/Ana Barbachan e Henrique Haddad/ Bruno Bethlen, além do técnico Alexandre Paradeda. Chefe da equipe, o cinco vezes medalhista olímpico Torben Grael retorna apenas no domingo (8). 

Robert Scheidt, que fez sua sétima olimpíada e é o maior medalhista da história dos Jogos, voltou ao Lago di Garda, na Itália, sua residência atual, nesta semana. Na terça-feira (3), a finalista olímpica do RS:X Patrícia Freitas já havia desembarcado no Brasil. 

Fotos: Fred Hoffmann

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