O idealizador e fundador do projeto é o professor e jornalista Walmor Elias, em um dos maiores acervos da modalidade já reunidos no País

Após 133 anos do início do tênis no Brasil, com a vinda dos ingleses para trabalhar em empresas de energia, transportes, ferrovias e outras companhias, só agora em 2023, no Dia do Tenista, comemorado nesta sexta-feira (9), a modalidade ganha a consolidação da criação de um Memorial. Foram quase 10 anos para que o professor e jornalista Walmor Elias, idealizador e fundador do Memorial Tênis Brasileiro, colocasse em prática e reunisse um grupo de cofundadores, pioneiros e apoiadores que o seguissem e acreditassem que o projeto seria possível.

A ideia era simples, no início: o Brasil ter o seu Museu do Tênis. Mas, como professor de literatura, Walmor pensou além e decidiu incluir no projeto uma biblioteca. Por fim, vendo um material da ITF  (International Tenis Federation), percebeu que sua iniciativa seria completa caso tivesse o Hall da Fama, homenageando os maiores nomes da história, a exemplo de outros esportes e de vários países. Tenistas, técnicos, dirigentes e jornalistas serão homenageados.

Reuniu senão o maior, um dos maiores acervos do tênis brasileiro, que hoje tem mais de 4 mil fotos, 600 vídeos de diferentes tamanhos, 600 painéis temáticos, livros e coleções de revistas de tênis e muitas reportagens, acervos, arquivos e materiais de tenistas, eventos, e mesmo algumas raridades. E criou um Instituto para gerir e administrar o projeto.

A maioria do acervo é digital-eletrônico e tem doações dos maiores clubes de todo o Brasil, de jornalistas, tenistas, dirigentes, das extintas e atuais promotoras, além de aficionados. A partir da primeira semana de agosto, as doações irão direto para o Memorial, já na nova sede, na rua Líbero Badaró, no Anhangabaú, em São Paulo (SP).

Cofundadores – Walmor classifica como “cofundadores natos” seus três filhos, Leandro, Fernanda e Leonardo,  que o apoiaram quando souberam da ideia, com os demais familiares. Inclusive sua nora, Dyla e o filho Leandro, se dispuseram a ceder um espaço na empresa, gratuitamente, durante os primeiros 12 meses do Memorial, para viabilizar o projeto. Depois, reuniu os “cofundadores pioneiros”. Entre eles, José Nilton Dalcim, Ivo Simon, Gilmar Machado, Carlos Omaki, Sérgio Oprea, Roberto Carvalhaes, Paulo Cleto e Patrícia Medrado.

Mais adiante, outro grupo de “cofundadores apoiadores” todos muito ligados ao tênis se uniu e apoiou a ideia: Thomaz Koch, Luiz Mattar, Carlos Alberto Kirmayr, Marcos Hocevar, Larri Passos, Ricardo Acioly, Fernando Roese, Niege Dias Enck, Domingos Venâncio, Sylvio Bastos, Ivo Ribeiro, Marcelo Meyer, Ivan Kley, Ricardo Bernd, Roberto Marcher, Bruno Bonjean, Bruno Ferreira, Silvio Pinheiro de Souza, Luís Carlos Enck, Fred Muniz, a historiadora Ana Paula Fernandes, Roberto Vietri, Susana Procópio Carvalho, Wilton Carvalho, Vera Cleto, José Pedro Penha de Carvalho, Ricardo Mattar, Raul Valls, Norma Le Breton, Evelyn Rosa, Marina Danzini e os empresários Ricardo Ramos, Antonio Celso Oliveira e José Elias Flores Junior.

“Após me desiludir com o tênis na parte política, decidi que ia estudar e pesquisar o tênis brasileiro”, afirma Walmor, que esteve 13 anos na Federação Gaúcha, seis como presidente e mais seis na CBT (Confederação Brasileira de Tênis), três como vice e mais três como presidente.

O projeto – A concepção do Memorial Tênis Brasileiro é de contar com um Museu, a Biblioteca e o Hall da Fama do Tênis Brasileiro. O sistema será híbrido, tanto digital-eletrônico como presencial-físico. O Memorial só poderá ser acessado on-line e digitalmente em seis meses para incorporar todo o acervo e começar uma digitalização que deve demorar, no total, cerca de 2 a 3 anos, devido ao grande material e ao alto custo. Mas, já brevemente, o Memorial poderá receber doações de materiais de todo o Brasil e, em julho de 2024, ter visitas presenciais do público.

Terá material de leitura e pesquisa do tênis de 1890 e todas as décadas a partir de 1900, assim como conteúdos mais recentes. “No Brasil, nenhum esporte tem um projeto tão arrojado e audacioso”, garante Walmor.

O Memorial já conseguiu mais de 40 apoios de grandes nomes do País, mas não para aí, buscando novas adesões a esta iniciativa que visa preservar a história, pesquisar o presente e projetar o tênis brasileiro no futuro. O projeto realizará mostras e exposições, além de outros eventos, pelo País.

Todos grandes nomes do tênis brasileiro desde 1890 terão destaque e espaços especiais no Memorial, a começar pelo nosso principal ídolo, Gustavo Kuerten/Guga e pela insuperável l Maria Esther Bueno, o maior nome do tênis sul-americano na história.

50 anos de tênis – Walmor Elias completou 50 anos escrevendo, pesquisando, estudando e dirigindo tênis, somando todas as suas atividades, pois começou quando ia completar 22 anos, em 1973, nas redações do Correio do Povo – Folha da Tarde – Folha da Manhã.  Depois, passou pelas redações da Tênis/Koch Tavares e da Tênis Ilustrado/Tawaric, onde foi seu editor Ivo Simon. “Juntos no seu currículo ainda tiveram os períodos da FGT/CBT”.

Hoje colabora em matérias históricas para o site TenisBrasil e ainda prepara um livro para dezembro. Também dirige um documentário que criou com seu amigo Raul Valls para o Canal Trotamundos/Youtube, reunindo alguns parceiros que estarão ajudando no Memorial. O documentário, com o apoio das 27 federações estaduais do País, agora vai lançar os programas 8 e 9 dos 12 previstos. Já acumula 39 depoimentos de grandes tenistas brasileiros.

Mais jovem, o idealizador do Memorial agora fundado, conheceu figuras marcantes da nossa história, como Alcides Procópio, Maria Esther Bueno, Ingrid Metzner, Armando Vieira, Ernesto Petersen, Paulo da Silva Costa, Edmundo Giffoni e Yone Borba Dias e foi amigo dos dirigentes Milton Motta, Gabriel Figueiredo e Eugenio Saller e dos jornalista Ruy Viotti e Ney Craveiro, todos já falecidos.

Opiniões:
– “O Memorial vem preencher uma grande lacuna e registrará os maiores feitos do nosso esporte.” –  Thomaz Koch, presidente de honra do Memorial Tênis Brasileiro.
– “Jogo tênis 68 dos 72 anos da minha vida e muitos fatos estão perdidos e não bem registrados. O Memorial cumprirá essa missão: garantir uma boa história do nosso esporte.” – Carlos Alberto Kirmayr
– “Agora teremos um órgão que cuidará dos nossos registros, acervos e arquivos e a história será preservada.” – Luiz Mattar
– “Nós brasileiros temos um problema de memória dos fatos marcantes e históricos e o Memorial vem em boa hora para consolidar esta narrativa correta.” – árbitro Carlos Bernardes, cônsul honorário internacional do Memorial Tênis Brasileiro.
– “Temos sim grandes nomes para homenagear e relembrar pelas suas histórias e o Memorial cumprirá essa função, pelo seu Museu, sua Biblioteca e nos registros que teremos no Hall da Fama do Tênis Brasileiro.” – jornalista José Nilton Dalcim, editor há 24 anos do site TenisBrasil.

Representando o tênis feminino, tanto Patrícia Medrado (#48 WTA), como a gaúcha Niege Dias Enck (#31 WTA), ressaltam a importância da iniciativa para melhorar as fontes de informações do esporte.

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