A Fórmula E está a poucos meses de concretizar o regulamento para o desenvolvimento do Gen3, a terceira geração de carros elétricos. E de acordo com o piloto brasileiro da Audi Sport ABT Schaeffler, Lucas di Grassi, será um monoposto tão veloz quanto um F1 atual.
Em entrevista para o jornalista Lito Cavalcanti, Di Grassi comentou sobre o futuro monoposto, e até mesmo sobre algumas mudanças que o veículo poderá exercer sobre outras competições, incluindo a F1.
“O Gen3 vai acelerar de 0 a 200 tão rápido ou mais rápido que um F1 atual. Isso com certeza colocará uma pressão em todos os lados, não só na questão de sustentabilidade e das corridas em circuitos de rua, mas também em relação a questão tecnológica da F1”, declarou o piloto brasileiro, campeão da terceira temporada da Fórmula E.
Com o aumento de potência dos carros elétricos, a categoria poderá ter problemas em correr pelas ruas dos grandes centros. Porém, Di Grassi já tem uma possível solução para esta questão.
“O que eu acredito que deve ser feito [e não tem nada a ver com a Fórmula E e sim, uma opinião minha], é ter uma potência modular. Vamos ter um carro que terá 1000cv de potência, só que em algumas pistas você libera uma potência menor, 250cv, 300cv. Quando for uma pista como o Autódromo Hermanos Rodriguez no México, libera 1000cv de potência.”
“É muito fácil fazer uso da potência modular em um carro elétrico. E com isso você consegue segmentar e correr em pistas de rua e autódromos. É claro que com 500cv de potência você não consegue correr pelas ruas de Paris, não é seguro e o carro não consegue nem tracionar. Mas seria possível correr em Macau, em Silverstone, e outros circuitos importantes.”
Para Di Grassi, com as futuras mudanças, a Fórmula E deve aumentar sua presença em autódromos, mas jamais abrirá mão de sua identidade, que é correr nas ruas dos grandes centros para promover a mobilidade elétrica.
“Hoje em dia a Fórmula E já realiza duas provas que são em autódromos, em Marrakesh e na Cidade do México. O DNA da Fórmula E são os circuitos de rua e por isso, pelo menos metade das provas devem permanecer nas ruas dos grandes centros. Mas acredito que haverá um aumento no número de autódromos no calendário, para poder explorar esse possível aumento de potência do Gen3”, finalizou o brasileiro.