Em uma matéria publicada nesta semana pelo site britânico The Race, o piloto suíço Edoardo Mortara da ROKiT Venturi Racing comentou sobre a dificuldade para se manter em um peso ideal para guiar o monoposto elétrico.
O companheiro de Felipe Massa na equipe monegasca sofre para se manter dentro de um peso que o permita guiar o monoposto elétrico sem sofrer nenhuma penalidade, o que de certa forma gera uma vantagem para os outros pilotos.
“Na verdade, não estou pedindo uma vantagem, não sou assim”, declarou Mortara ao The Race. “No final, o que me preocupa é que por não ter regras de peso, como é o caso da Fórmula E, você cria uma vantagem para alguns pilotos com uma questão humana”.
“Você deve tentar fazer a diferença com o lado técnico; construindo um trem de força melhor, mais eficiente, é isso que a Fórmula E deve ser. Você não deve obter vantagem escolhendo um piloto mais pesado ou mais leve.”
Atualmente, a regra diz que o carro de Fórmula E deve ter no mínimo 900kg, incluindo o piloto, durante todo o evento. Além disso, as regras determinam que a distribuição de peso deve ser de 37,5% a 39,5% para a frente, controlada durante a homologação do carro.
Desta forma, a regra acaba beneficiando os pilotos menores e mais leves, capazes de usar um lastro em seus carros que garanta uma distribuição de peso vantajosa dentro da faixa permitida. Normalmente, os pilotos pesam entre 65 a 80 kg com o kit completo.
Enquanto pilotos menores se beneficiam de uma melhor distribuição de peso, os pilotos maiores só podem usar pequenas quantidades de lastro, o que significa que na maioria das vezes não possuem a capacidade de mover a distribuição de peso para frente ou para trás.
Mortara não é o único a sofrer com este tipo de problemas, de acordo com a publicação do The Race. Jean-Eric Vergne, André Lotterer, Lucas di Grassi e Oliver Rowland também adotam algumas medidas para reduzi a massa corporal e atingir desta forma o limite mínimo de peso.
Porém, Mortara afirmou que este não é o cenário ideal, já que acredita que a luta para ter o peso ideal para guiar afeta negativamente sua condição física para pilotar.
“Para mim, é extremamente prejudicial estar com o peso que tenho agora. Você está sempre doente quando tem uma gordura corporal tão baixa, e sofre muito em temperaturas muito quentes ou frias.”
Para a próxima temporada, a Fórmula E adotará uma nova regra em relação ao peso, no qual seguirá o exemplo da F1 e determinará o peso mínimo de 80 kg para o piloto com o assento e o equipamento de direção.
“Já é um passo adiante em relação ao que temos agora e acho que isso é bastante positivo, mas não acho que isso mude muito [para mim]. Pelo menos estarei no mesmo nível que os outros, então não haverá penalidade no desempenho, como existe agora”, declarou Mortara.
O brasileiro Lucas di Grassi também apoia a implementação da nova regra a partir da próxima temporada: “Acredito que a regra do piloto de 80 kg será boa para todos em termos de distribuição de peso.”
“Desta forma, os fabricantes fabricarão as transmissões com base no mesmo peso, para que sejam justas e mais competitivas para a série”, finalizou.