O segundo dia do Campeonato Brasileiro de Finn 2022 foi marcado pela entrada do vento de maior intensidade na Represa do Guarapiranga, condição diferente da véspera, quando apenas uma prova foi realizada com vento fraco. Duas regatas foram disputadas nesta sexta-feira (22) com Noroeste variando de 5 a 12 nós no YCSA – Yacht Club Santo Amaro, em São Paulo (SP). A competição dos pesos-pesados conta com 25 velejadores de três estados e está em sua 60ª edição.

Os percursos entre bóias na ‘raia 2’ da Guarapiranga tiveram 3.3 milhas náuticas de distância. A média de tempo de cada regata foi de 50 minutos a 1 hora. O campeonato tem como líder provisório o angolano Ricardo Santos (YCSA), seguido pelo paulista Henrique Cabetti, do Clube de Campo Castelo (CCC). Em terceiro no geral está Fábio Vassel (ICRJ), ganhador da regata de estreia na quinta-feira (21), empatado com Pedro Trouche (CNC).

O vencedor da primeira prova do dia foi o angolano radicado no Brasil, Ricardo Santos. O atleta do YCSA foi seguido por Henrique Cabetti (CCC) e Maurício Bueno (YCP). Já na segunda regata, Henrique Cabetti (CCC) foi o ganhador com Pedro Trouche (CNC) em segundo e Ricardo Santos (YCSA) em terceiro.

”A chave para a vitória de hoje foi um pouquinho de sorte, com muita observação da raia e paciência. Larguei mal, sem velocidade, mas aí fiquei acompanhando a flotilha e no final eu escolhi ir pela esquerda e tive uma boa escolha. Com o campeonato embolado, espero conseguir vencer as próximas regatas”, afirmou Henrique Cabette (CCC). 

Com mais ventos, os favoritos começaram a andar na frente e deixar os mais leves para trás. Vice-campeão de 2021, Ricardo Santos usou sua experiência na raia paulista para melhorar sua média de pontos no Brasileiro de Finn. Além de competidor, o angolano é também organizador do evento nacional.

”Para ter esse bom resultado na primeira regata, o segredo foi ir atrás do vento, e tive a sorte dele variar no momento em que precisava para passar a frente da flotilha e se manter na frente da regata”, explicou Ricardo Santos (YCSA).

O Brasileiro de Finn 2022 vai até o próximo domingo (24) e reúne os principais nomes da categoria. Serão premiados no YCSA após o término do evento na capital paulista os primeiros colocados no geral, master, grand master, grand grand master, legend, jumbo (acima de 110kg) e pena (abaixo de 90 kg). A competição bateu recorde histórico de inscritos com 25, mais que o dobro da média anual de 12.

As regatas deste sábado (23) serão realizadas a partir de 11h e a comissão espera fazer três provas. A previsão de vento para a região é de ventos variando de 7 a 25 nós, com rajadas acima de 30 nós. 

”Se a previsão se concretizar, as regatas serão mais difíceis para os velejadores, principalmente para os mais treinados e com experiência. O Finn é um barco que aguenta fortes condições, mas a nossa preocupação será preservar a flotilha e pensar na segurança”, disse Fábio Bocciarelli, presidente da comissão de regatas.

Entre os multicampeões que velejaram de Finn estão Jorge Zarif, Guga Zarif, Joca Signorini, Bruno Prada e Joerg Bruder. Outros competidores como Pedro Trouche, Henry Boening e Arthur Lopes estão sempre integrando barcos de ponta na função de proa ao lado de timoneiros como Robert Scheidt, Lars Grael e Torben Grael. 

O evento em São Paulo (SP) contou com a participação de Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da CBVela – Confederação Brasileira de Vela. O atleta grand master é um entusiasta da categoria e disputa campeonatos de Finn regularmente. ”É importante prestigiar o evento da classe Finn e o YCSA, um clube muito legal e importante para a vela nacional, com tantos títulos na modalidade e, principalmente, formador de novos talentos”. 

O Brasileiro de Finn 2022 tem o patrocínio de Bratax Advogados, Mitsubishi Motors, Molin, On Board Sports e Vitae Urbanismo. Apoio e organização do YCSA – Yacht Club de Santo Amaro, Confederação Brasileira de Vela – CBVela, Federação de Vela do Estado de São Paulo – FEVESP, Associação Brasileira da Classe Finn e Flotilha São Paulo.  

Resultados

1°- Ricardo F. M. Santos (YCSA/SP)
2°- Henrique Cabette (CCC/SP)
3°- Fábio Vassel (ICRJ/RJ)
4°- Pedro Trouche (CNC/RJ)
5°- Maurício Bueno (YCP/SP)
6°- Pedro Lodovici (YCP/SP)
7°- Eduardo de Costa e Silva (ICB/DF)
8°- Cristiano F. Ruschmann (YCSA/SP)
9°- Robert Rittscher (YCP/SP)
10°- Arnaldo Cocchi Fernandes (ICRJ/RJ)
11°- Bruno Ruthenberg (YCSA/SP)
12°- Paulo Picchetti (YCP/SP)
13°- Tiago Cotrim Gerin de Moraes (ICRJ / RJ)
14°- Daniel Mendes de O. Silva (ICB/DF)
15°- Jorge Rodrigues (ICRJ/RJ)
16°- Gustavo Raulino (ICB/DF)
17°- Luis Rodrigues (YCP/SP)
18°- Paola Prada (YCP/SP)
19°- Joacir C. de M. Júnior (ICB/DF)
20°- Carlos Alberto de M. Aviz (ICB/DF)
21°- Rogério Guilger (CCSP/SP)
22°- Bruno Caruso (YCP/SP)
23°- Marco Aurélio de Sá Ribeiro (ICRJ/RJ)
24°- Georgia Bruder (YCP/SP)
25°- Marco Fagundes (SPYC/SP)

Sobre a Finn 

A classe Finn é um dos celeiros para a vela nacional, formando atletas de alto-rendimento para outras categorias, principalmente proeiros de Star e de regatas de oceano. Grandes nomes da modalidade já passaram pela Heavyweight Dinghy, tradução literal do inglês de barco dingue para os pesos-pesados. Para aguentar o peso dos veleiros e a velocidade que os chamados ‘botes finlandeses’ atingem, os atletas devem ter de 95 a 105 quilos ou até mais. O veleiro tem 145 kg com vela de aproximadamente 10m² de área. 

A Finn revelou atletas que estão na história olímpica da vela, como o dinamarquês Paul Elvstrøm e os britânicos Iain Percy, Giles Scott e Ben Ainslie. O último citado tem o título de Sir, soma cinco ouros nos Jogos e atualmente comanda o desafiante da America’s Cup, o INEOS Britannia.

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