Célio Furtado – Engenheiro e professor da Univali celio.furtado@univali.br

Escrevo na tranquilidade do fim de noite, em casa, ouvindo Boccherini (1743-1805), “Fandango”, buscando inspiração para o meu texto. A internet nos proporciona um amplo acesso ao mundo da informação, passado, presente e também futuro.

 Sempre procurei alternar o olhar entre o passado e o futuro, dentro da simplicidade do meu mundo particular, interessado nos próximos passos da humanidade, norteado pelo observar das novas tecnologias, no eterno movimento da exploração do homem pelo homem.

 Como sempre eu argumentava, gosto de observar a Nasa, os foguetes, as viagens espaciais, porém, a mesma admiração é direcionada para a Escola de Sagres, a competência incomparável do Infante Dom Henrique, de quem dele se disse: “Navegar é preciso, viver não é possível”, atualizada na canção “Os Argonautas”, cantada pelo Caetano Veloso.

Quando ainda nos deparamos com a terrível pandemia do coronavírus, da interminável lista de mortos, também nos vem a lembrança a crueldade das pestes negras. Gosto de pensar o futuro, também através do planejamento urbano, onde as cidades se transformam e a lentidão das carroças e dos cavalos, dos andarilhos, dos peregrinos é substituída pelos automóveis e pelos aviões supersônicos, gerando uma certa confusão nos nossos modelos mentais.

Quando cheguei ao Rio de Janeiro, pela primeira vez, tentando atravessar a praia de Botafogo, percebi a complexidade e o perigo permanente e aí eu compreendi o verso de outra canção pouco cantada: “os automóveis parecem voar”.

Para ser mais preciso falo do ano de 1971, eu, um adolescente saudável, uma mente fértil, deslumbrado com a beleza da Cidade Maravilhosa, pois, daquele ângulo eu via o Pão de Açúcar, via a Urca, onde já dizia naquele tempo, o rei Roberto Carlos ali reside.

Assisto ao noticiário e vejo que a questão Rússia/ Ucrânia está quente, e uma invasão está prestes a acontecer.

Torço pela paz, como qualquer pessoa sensata, porém ouço com atenção as argumentações do presidente Putin e do seu chanceler Sergei Lavrov, homens de grande competência, e, inegavelmente, grandes patriotas.

 Algo me diz que a coerência histórica está no lado deles, e, aos poucos, teremos não necessariamente uma nova União Soviética, algo mais forte ainda, um novo bloco geopolítico de poder incomparável.

 Não penso numa terceira guerra mundial, não chegaremos a tanto e sim a um novo reordenamento de forças, sendo que a somatória China/Rússia, versus o poder norte americano/ Otan, vai gerar uma nova instabilidade permanente, tal como vivemos na guerra fria.

Antes do confronto militar, bélico, haverá uma terrível guerra de informação e contrainformação, os aparelhos ideológicos cada vez mais sofisticados, que exigirão uma filtragem, permanente, um posicionamento nacional, preservando a nossa identidade brasileira, pacífica, cordial acreditando que “as flores vencerão os canhões”.

A complexidade crescente da conjuntura internacional exigirá um comando mais preparado, com mais legitimidade e respeitabilidade interna e externa.

Penso que o “sistemão” já chegou á conclusão que o atual comando não funciona, foi uma decepção, futuramente será catalogado mais como folclore, uma “página infeliz da nossa História” que, felizmente, foi vencida.

Viva o Brasil !

Célio Furtado, nascido em 1955/ Professor da Univali/ Formado em Engenharia de Produção na Universidade Federal do Rio de Janeiro/ Mestre Engenharia de Produção/ Coppe/Ufrj/trabalhou no Sebrae Santa Catarina e Rio de Janeiro. Consultor de Empresa/ Comunicador da Rádio Conceição FM 105.9/ celio.furtado@univali.br

NR: Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores

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