Um encontro histórico de geração de velejadores? Um foi campeão de uma The |Ocean Race – a outra foi a primeira mulher brasileira participar de uma regata volta ao mundo. Um encontro de gigantes e verdadeiras lendas do esporte náutico mundial. A medalha de Ouro na Rio-2016, Martine, vai ‘duelar’ contra seu pai e bicampeão Olímpico, Torben Grael, e contra seu tio, Lars Grael, duas vezes medalhista de Bronze.

Leg 3, Cape Town to Melbourne, day 11, on board AkzoNobel. Martine Grael will be pushing herself and the boat as hard as possible till they arrive in Melbourne. Photo by James Blake/Volvo Ocean Race. 20 December, 2017.

Atual campeã Olímpica na Rio-2016 e campeã Mundial na classe 49er FX, a niteroiense Martine Grael é mais um grande nome da vela mundial a confirmar participação na 70ª edição da Regata Santos-Rio, a mais tradicional do país de Vela de Oceano, que tem largada marcada para às 12h na sexta-feira, dia 23 de outubro.

Martine, que brilhou nos Jogos do Rio na Baía de Guanabara em 2016 e ainda venceu um Campeonato Mundial em 2014 ao lado de Kahena Kunze, foi tripulante do barco holandês AkzoNobel que ficou em quarto lugar na regata The Ocean Race fará sua terceira participação na Santos-Rio que é considerada a regata mais difícil do país.

“Acho que a Santos-Rio tem que esperar de tudo, vento forte, chuva, pouco vento”, disse Martine que está em Portugal em treinamento com o Time Brasil visando os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021: “Posso concordar que é a mais desafiadoras. O recorte da nossa costa com montanhas e baías faz o velejador ter que ter uma percepção boa do vento. A previsão do tempo dificilmente capta alterações locais. E a tática varia entre se aproximar da costa ou se afastar. Geralmente o resultado só se percebe horas depois”, seguiu.

Lars Grael – Foto:Adilson Pacheco/RN

A família Grael estará em peso na 70ª Santos-Rio. Pai de Martine, Torben Grael, bicampeão olímpico e dono de cinco medalhas nos Jogos, marcará presença assim como Lars Grael, irmão de Torben e tio de Martine, dono de duas medalhas de Bronze. Todos estarão em barcos diferentes. Lars vai em seu novo barco, o Avohai.

Martine destaca a disputa saudável com a família e a experiência a favor de seu pai e tio. Ela terá a missão e ‘derrotá-los’. Torben tem cinco conquistas como comandante e Lars um título: “Acho que rola disputa entre todos os barcos. E é claro que todos imaginam ganhar. Mas tenho um respeito enorme pelo meu pai e meu tio e a experiência dos demais velejadores. Não vou para chegar atrás, mas também não seria nenhum vexame. Aliás é a minha terceira Santos Rio. E com esse negócio de barco a vela já viu que experiência conta e muito!” finalizou.

Desfile de Barcos na Baía de Santos e presença do Navio-Veleiro Cisne Branco

Antes da largada no dia 23 de outubro, a 70ª edição da Santos-Rio terá um desfile na Baía de Santos, a partir das 10h30, com a presença de todos os barcos dando destaque para os veleiros campeões. O desfile acontecerá entre o Píer dos Pescadores e o Navio-Veleiro Escola Cisne Branco da Marinha do Brasil que fará uma salva de canhão para cada veleiro vencedor da regata. Por conta do desfile, o Porto de Santos ficará fechado em torno de uma hora.

A disputa, com organização do Iate Clube de Santos e do Iate Clube do Rio de Janeiro e apoio da Associação Brasileira Veleiros de Oceano, a ABVO, acontece por 180 milhas náuticas, cerca de 300 km e já tem velejadores e veleiros confirmados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Santa Catarina e Bahia.

Além da família Grael, outros grandes nomes estão confirmados como o medalha de Bronze, Kiko Pelicano – foi um dos tripulantes do barco Brasil 1, na regata The Ocean Race, o campeão mundial Samuel Gonçalves, o velejador olímpico e recordista de tempo da Santos-Rio em 2015 (veleiro Cumiranga), Samuel Albrecht, e Henry Boening, o Maguila, proeiro de Robert Scheidt.

Lembrando que os Veleiros de Oceano farão parte da próxima edição dos Jogos Olímpicos de Paris em 2024 com barcos de 30 pés e dupla mista com um homem e uma mulher como tripulantes.

Também em comemoração à data, o Iate Clube de Santos, Embaixador La Belle Classe no Brasil, oferecerá aos três primeiros colocados da Classe Clássicos o troféu que representa o prêmio internacional da regata de veleiros clássicos mais antiga do mundo organizada pelo Yacht Club de Mônaco, a Regata La Belle Classe

“Somos o único clube da América Latina com aprovação de levantar está flâmula e poder fazer isso na comemoração das 70 edições da Regata Santos-Rio é uma satisfação imensa também abraçada pelo ICRJ e a ABVO”, disse o Comodoro do Iate Clube de Santos Berardino Antonio Fanganiello.

José Roberto Braile, mais conhecido no meio como Pré-Braile, Contra-Comodoro do Iate Clube do Rio de Janeiro realizou sua primeira Santos-Rio em 1963 e irá por mais um ano no veleiro Sorsa. Ele já perdeu as contas de quantas edições participou: “Não sei quantas eu fiz, ao redor de 40. Fiz muitas com o veleiro Saga, sempre tendo companheiros ótimos tripulantes e muitas vezes campeões de monotipos”, disse Pré-Braile.

“A Santos-Rio é a mais antiga regata oceânica do Brasil. Uma forma de aproximação de velejadores cariocas e paulistas. Às vezes de contravento intenso desde a largada até a chegada. Outras de vento favorável o tempo todo. A regata desenvolveu bastante a Vela de Oceano e fez com que os brasileiros partissem para desafios maiores que acabou culminando na Volta ao Mundo no barco Brasil 1”.

“Essa edição terá muitos barcos e o ICRJ, como sempre, fará tecnicamente uma excelente cobertura da regata e uma ótima recepção aos velejadores”, finalizou.

Mudanças na Recepção e na premiação por conta da pandemia Tradicionalmente, na noite que antecede a largada, o evento é aberto com um jantar de boas-vindas oferecido pelo Iate Clube de Santos às tripulações e seus familiares. Neste ano, em função da pandemia, a organização e os dirigentes do clube oferecerão um coquetel especial para os comandantes, no Mirante da sede Guarujá, onde acontecerá a habitual reunião dos comandantes e a entrega dos kits, compostos por camiseta do evento + boné/viseira do ICS para todos os velejadores. Respeitando todos os protocolos de distanciamento social e higienização exigidos pelo Governo do Estado de São Paulo.

Já a cerimônia de premiação fica a cargo do Iate Clube do Rio de Janeiro. Tradicionalmente há uma festa após a cerimônia de premiação regada à muita cerveja, mas por conta da pandemia a mesma foi suspensa.

As disputas serão nas classes ORC, IRC, BRA-RGS e BRA-RGS Clássicos com inscrições abertas. Mais detalhes pelo Aviso de Regata – https://www.icrj.com.br/vela/outubro-20/223-24-10-2020-70%C2%BA-regata-santos-rio.html   

Após a disputa da 70ª Santos-Rio será realizada a 51ª edição do Circuito Rio entre os dias 30 de outubro e 2 de novembro com organização do Iate Clube do Rio de Janeiro. O Circuito Rio valerá como o Campeonato Brasileiro da classe ORC

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