Principal campeonato de base da vela brasileira reuniu mais de 150 crianças e adolescentes no Iate Clube do Rio de Janeiro.

O Campeonato Brasileiro de Optimist 2021 foi definido neste fim de semana no Iate Clube do Rio de Janeiro  (ICRJ), no bairro Urca, na capital fluminense, com mais de 150 crianças e adolescentes competindo. O principal evento da vela de base do País atendeu todos os protocolos de segurança contra COVID-19.

Os participantes de 6 a 15 anos foram divididos em flotilhas e mantiveram o distanciamento social. O título desta temporada no masculino ficou com Lucas Freitas (ICRJ/CBC) que venceu oito das 12 regatas disputadas na competição. O velejador carioca se tornou bicampeão nacional de OP.

O melhor desempenho no feminino na Série Ouro foi de Melissa Paradeda (EVI), que é filha do campeão mundial e pan-americano Xandy Paradeda. O Brasileiro de Optimist teve também regatas por equipes, com título para os donos da casa do ICRJ, além da Copa Brasil de Estreantes. 

O presidente da CBVela, Marco Aurélio Sá Ribeiro, aprovou a realização do Brasileiro de Optimist 2021, que segundo ele teve um altíssimo nível técnico, muita disputa, número enorme de participantes e organização impecável da classe optimist Brasil do Iate Clube Rio de Janeiro. 

 ”Organizamos um dos principais eventos a Vela Nacional, um evento que introduz o jovem modalidade náutica. O campeonato ajuda a formar os futuros velejadores campeões e os futuros também velejadores da vela de recreio”. 

Durante a competição, a Confederação Brasileira de Vela – CBVela, organizadora das regatas,  ampliou o contato dos jovens velejadores com a modalidade, mostrando as classes pós-Optimist, além de debates sobre a inclusão feminina no esporte. 

”Podemos realizar esse evento no meio de uma pandemia seria, que tratamos com seriedade. Com respeito, praticamos todos os protocolos de segurança da CBVela, com afastamento, uso de máscara, um cuidado nas instalações. Não tivemos o desfile de abertura para evitar a aglomeração. Então tivemos todos cuidados com o evento e sem nenhum incidente”, completou Marco Aurélio Sá Ribeiro.  

A edição 2022 do Brasileiro de Optimist será de 4 a 18 de janeiro, no Cabanga Maria Farinha, em Pernambuco. 

Filha de peixe 

A jovem Melissa Paradeda levou a sério a tradição da família Paradeda e brilhou nas regatas do Rio de Janeiro. Representando a Escola de Vela de Ilhabela, a garota, filha de Xandy Paradeda, teve o melhor desempenho entre as meninas, ficando em décimo lugar na classificação geral, incluindo os meninos. 

A futura velejadora teve conselhos do pai, que é campeão mundial e pan-americano de Snipe, além de ter disputado os Jogos Olímpicos. Os Paradedas são do Rio Grande Sul e são de uma das famílias mais tradicionais da vela. ”Eu e o papai priorizamos sempre o próximo campeonato. Aprendi isso com ele. Agradeço a todos que me apoiaram (principalmente minha família ) e a prefeitura de Ilhabela que ajudou em todos os campeonatos”, contou Melissa Paradeda. Orgulhoso, Xandy disse ter sido gratificante ver que todo o trabalho e dedicação dela surtindo efeito.

”No Optimist, o resultado é o que menos importa, mas acompanhar a preparação dela nos últimos seis meses, focada e concentrada em evoluir no nosso esporte foi emocionante”. A mãe Priscila era só emoção ao saber do pódio final. ”Não estávamos esperando esse belo resultado. A Mel é dedicada e focada. Ama quando o pai acompanha e quer seguir os passos do dele”. 

Bicampeão 

No masculino, Lucas Kubelka de Freitas confirmou o favoritismo e deixou a taça em casa para a alegria da flotilha Zé Carioca, como é chamada a equipe do Iate Clube do Rio de Janeiro. O desempenho do garoto de 13 anos foi irretocável do começo ao fim, abrindo 33 pontos de vantagem para o vice-campeão, que foi Alex Kuhl (EVI). Foi o bicampeonato brasileiro de Optimist de Lucas de Freitas, vencedor do ano passado em Porto Alegre (RS).

“Durante esse ano, mesmo com a pandemia, treinei muito e tive a oportunidade de correr o Campeonato Europeu na Eslovenia. Tudo isso me ajudou a melhorar tecnicamente… Fiquei feliz com meu desempenho!”, disse Lucas de Freitas. 

Sobre o Op

A classe Optimist é uma das mais praticadas na vela mundial por ser uma categoria de introdução à modalidade. O barco de 2,34 metros é fácil de tocar e oferece segurança para a garotada de até 15 anos aprender as principais funções de um monotipo. Além de ser um barco de iniciação à vela e de excelente custo benefício, o formato impede velocidades elevadas, garantindo, assim, a segurança do Optimist. 

O veleiro suporta até 60 quilos e pode ser conduzido por pequenos de 7 a 15 anos. O nome, traduzido do inglês, quer dizer otimista. Hoje, a organização que cuida da categoria mundialmente estima que mais de 100 mil crianças tenham um modelo. 

SOBRE A CBVELA

A Confederação Brasileira de Vela (CBVela) é a representante oficial da vela esportiva do país nos âmbitos nacional e internacional. É filiada à Federação Internacional de Vela (World Sailing) e ao Comitê Olímpico do Brasil (COB). Tem o Bradesco como patrocinador oficial, e o Grupo Energisa como parceiro oficial e patrocinador oficial da Vela Jovem. A vela é a modalidade com o maior número de medalhas de ouro olímpicas na história do esporte do Brasil: sete. Ao todo, os velejadores brasileiros já conquistaram 18 medalhas em Jogos Olímpicos.

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